Entenda os 10 transtornos de personalidade
Apresentamos neste artigo os 10 transtornos de personalidade catalogados pela Associação Americana de Psiquiatria, com o objetivo de auxiliar quem se interessa em entender melhor o ser humano e busca se desenvolver como pessoa através do autoconhecimento. (Veja mais sobre autoconhecimento no artigo: O autoconhecimento e a gestão das emoções)
A origem começa na “persona”
A palavra personalidade originou-se do latim “persona”, que quer dizer máscara. As máscaras eram utilizadas por atores romanos para encenar peças teatrais. Cada máscara (persona) tinha caracteres peculiares que formavam a identidade dos personagens, de forma que cada personalidade (identidade) trazia traços comportamentais únicos e marcantes.
O que define a personalidade humana?
A personalidade humana é uma construção complexa e multifacetada e, refere-se a combinação única de traços como características emocionais, atitudes, reações e comportamentos, os quais moldam a maneira como uma pessoa percebe o mundo, interage com ele e lida com situações distintas. Essas características psicológicas definem quem somos como indivíduos e influenciam a maneira como interagimos com o mundo e com as pessoas ao redor.
Veja também o artigo sobre os fatores de formação da personalidade: “Os 5 grandes fatores da personalidades”
O que são os transtornos de personalidade?
O termo transtornos de personalidade referem-se a um grupo de condições de saúde mental que envolvem padrões de pensamento, comportamento e funcionamento emocional persistentes, inflexíveis e disfuncionais, que causam sofrimento significativo ou dificuldade na vida cotidiana do indivíduo. Esses padrões de personalidade são apresentados ao longo do tempo e podem ser vistos na infância, mas costumam se manifestar na adolescência ou início da vida adulta.
O diagnóstico de transtorno de personalidade deve ser feito por médicos especialistas em saúde mental, psiquiatras, com base em critérios estabelecidos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), publicado pela Associação Americana de Psiquiatria.
É importante frisar que o diagnóstico requer uma avaliação clínica cuidadosa e detalhada, sendo que um mesmo paciente pode apresentar traços de diferentes transtornos ou até mesmo mais de um ao mesmo tempo.
Os 3 grupos dos transtornos de personalidade
Segundo o DSM-5, temos 10 transtornos de personalidade divididos em 3 grupos (A, B e C), com base em características semelhantes:
- Grupo A: temos os transtornos de personalidade paranóide, esquizóide e esquizotípico e os indivíduos são vistos como estranhos ou excêntricos pela sociedade.
- Grupo B: encontramos os transtornos de personalidade – antissocial, borderline, narcisista e histriônico e os indivíduos pertencentes a esse grupo são impulsivos, dramáticos e apresentam instabilidade emocional.
- Grupo C: temos os esquivos, dependentes e os obsessivos-compulsivos, que são caracterizados por parecerem ansiosos e apreensivos.
Detalhando os transtornos de personalidade por grupos:
Grupo A
1- Paranóide: as pessoas com esse transtorno apresentam um padrão persistente e generalizado de desconfiança e suspeita em relação aos outros. Eles interpretam as ações dos outros como ameaçadoras, mesmo que não haja evidências para sustentar essa crença.
2- Esquizóide: apresentam desinteresse por relacionamentos sociais, preferem atividades solitárias. Esses indivíduos podem parecer insensíveis às normas sociais, mas não necessariamente de maneira rebelde como ocorre no transtorno de personalidade antissocial.
3- Esquizotípico: apresentam pensamento e comportamento excêntrico, como superstições e pensamentos mágicos. Esses indivíduos têm dificuldade em estabelecer e manter relacionamentos próximos e podem se vestir de maneira peculiar ou com roupas que não se enquadram nas normas culturais ou sociais.
Grupo B
1- Antissocial: as pessoas com esse transtorno tem falta de empatia em relação ao sofrimento ou prejuízo causado a outros. São hábeis em manipular e enganar para alcançar seus objetivos, podem apresentar impulsividade, irritabilidade crônica, raiva e até mesmo agressão física em resposta a frustrações ou provocações. Exibe histórico de comportamento delinquente desde a infância e é mais prevalente em homens (6 homens para 1 mulher).
2- Borderline: apresentam oscilação emocional, com mudanças de humor rápidas e extremas, que podem variar de raiva intensa para depressão profunda em curtos períodos de tempo. Relações interpessoais tumultuadas, com medo intenso de ser abandonado. Comportamentos impulsivos, como gastos excessivos, alimentação compulsiva, abuso de substâncias nocivas à saúde, autolesões e tentativa de suicídio.
3- Narcisista: as pessoas com esse transtorno apresentam autoestima exagerada e sentimento de grandiosidade, acreditam que são únicas, especiais e superiores às outras e com isso, buscam constantemente a admiração e elogio dos outros. A falta de empatia e relações interpessoais problemáticas estão presentes e tem dificuldade em lidar com críticas.
4- Histriônico: apresentam o desejo constante de ser o centro das atenções e frequentemente usam comportamentos dramáticos para isso.
Possuem relações interpessoais superficiais e instáveis, com muitas amizades de curta duração. São facilmente influenciadas pelas opiniões alheias e podem moldar sua própria identidade para se encaixar nas expectativas dos outros.
Grupo C
1- Esquivo: pessoas com esse transtorno de personalidade evitam situações sociais e interações interpessoais, preferindo a solidão. Sentem-se extremamente sensíveis à avaliação e crítica dos outros. Apresentam baixa autoestima e têm dificuldade em compartilhar sentimentos com outras pessoas.
2- Dependente: apresentam uma necessidade excessiva de serem cuidadas, levando a um comportamento submisso e a dificuldades de tomar decisões independentes. Devido ao medo intenso e irracional de serem abandonadas, ficam mais suscetíveis a relacionamentos abusivos. Apresentam fragilidade emocional e dificuldade em expressar discordância ou insatisfação com outras pessoas.
3- Obsessivo-compulsivo: também conhecido como anancástico, esse transtorno é caracterizado por uma preocupação crônica com regras, ordem, controle, rotinas rígidas e perfeccionismo extremo, levando a um comportamento obsessivo- compulsivo em muitos aspectos da vida. Apresentam rigidez cognitiva, ou seja, são inflexíveis em suas opiniões e tem dificuldade para delegar tarefas a outras pessoas, porque acreditam que somente eles podem fazer da forma correta.
Existe tratamento para os transtornos de personalidade?
Existe sim! Principalmente nos dias atuais.
O tratamento dos transtornos de personalidade se dá através da psicoterapia, sendo que o objetivo é ajudar a pessoa a desenvolver habilidades para lidar com seus padrões disfuncionais de pensamento e comportamento, melhorar seu funcionamento social e emocional e reduzir o sofrimento associado ao transtorno. Alguns medicamentos podem ser eficazes para sintomas específicos, como depressão e ansiedade, que frequentemente ocorrem em conjunto aos transtornos de personalidade.
Você se identificou com alguns traços que fazem parte dos transtornos acima? Percebeu algo que pode estar influenciando sua vida de forma importante? Isso não significa que você feche o quadro de algum transtorno, mesmo porque isso deve ser feito por profissional competente.
Identificar os primeiros sinais de um problema podem ajudar a encontrar caminhos para o tratamento e os benefícios alcançam não somente a nós mesmos, como a quem convive conosco. Pensou em alguém que você convive que tenha alguns traços desses perfis de transtornos de personalidade? Isso pode fazer você entendê-lo melhor, a ter uma melhor convivência e a apontar novos horizontes.
Escreva nos comentários e nos conte suas experiências.
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