Os 5 grandes fatores da personalidade

Este artigo apresenta o Modelo Big Five, que traz os 5 grandes fatores de formação da personalidade humana. 

No estudo da psique humana, no decorrer dos tempos, muitos estudiosos se aprofundaram na busca de identificar e entender os fatores importantes que levam a formação da personalidade dos seres humanos.    

Mas o que é personalidade?

Em síntese, a personalidade é um conjunto de traços, características emocionais, cognitivas e comportamentais, que moldam a maneira como uma pessoa percebe o mundo, interage com os outros, respondem e lidam com diversas situações e como se adaptam ao ambiente.

A personalidade é parte fundamental da identidade de uma pessoa, moldando-se pela maneira como ela pensa, sente e envelhece ao longo da vida. Ela é a base das respostas de situações corriqueiras ou desafiadoras, relações interpessoais e, tende a ter uma combinação de fatores recorrente e estável, podendo sofrer alterações no decorrer da vida.

Quando ouvimos expressões como: Eu sou assim porque tenho sangue italiano… ou, Ela tem pavio curto: bateu levou… são alguns traços de personalidade que se sobressaem sobre outros. Mas essa identificação não tem relação somente com a hereditariedade ou com o temperamento. A formação da personalidade é influenciada por vários fatores. Veja abaixo:

Fatores que influenciam e moldam os tipos de personalidades:

• Genético: segundo estudos recentes, 30 a 60% da personalidade humana tem origem hereditária . Existe uma rede complexa de variantes genéticas que influenciam os tipos de personalidade e estes conjuntos de genes modulam processos moleculares específicos no cérebro para estabelecimento de metas intencionais, autorreflexão, empatia, aprendizagem e memória episódica. 

• Ambiental: o ambiente em que o indivíduo está inserido tem grande influência no desenvolvimento de sua personalidade, desde a vida intra-útero, que está diretamente interligada ao estilo de vida materno, na adolescência, onde ocorrem grandes mudanças no organismo devido à efervescência hormonal, até a vida adulta, onde há influência de outros fatores como estilo de vida e experiências vividas.

• Educacional: a escola tem um papel importante no dia-a dia do indivíduo, integrando e influenciando culturalmente nas escolhas e interações interpessoais, com conceitos básicos e ensinamentos de condutas que auxiliam na formação da personalidade de crianças e adolescentes.

• Estilo de vida: influencia o modo como interagimos com outras pessoas e como encaramos os desafios cotidianos. Hábitos de vida, como exposição à álcool e drogas podem modificar nossos genes e aumentar a suscetibilidade ao vício, bem como a prática de atividade física diária de moderada a intensa, também influencia em nossa longevidade com redução do risco de doenças cardiovasculares.

• Experiências: fatos ocorridos na infância, como violência doméstica ou abusos podem ser fortemente relevantes para o desenvolvimento da personalidade. Na vida adulta, a personalidade também sofre alterações com o passar dos anos e, em idosos, conforme as experiências vividas, há alterações na qualidade do envelhecimento cognitivo, cerebral e geral, sendo que algumas pessoas envelhecem melhor do que outras. Lembrando que não são somente as experiências responsáveis por isso. A personalidade sofre mudanças, amadurecendo de forma plástica e adaptável.

Já ouviu falar no Modelo “Big Five” dos 5 grandes fatores da personalidade?

O Modelo dos 5 Grandes Fatores foi desenvolvido por vários pesquisadores ao longo de décadas, mas a sua formulação e popularização estão associadas a vários nomes importantes na psicologia da personalidade, sendo que os principais pesquisadores que desenvolveram o modelo foram Ernest Tupes e Raymond Christal.

Em 1961, eles publicaram um artigo que descrevia uma pesquisa realizada no exército americano e que foi uma das primeiras tentativas de identificar os 5 principais fatores da personalidade humana e que mais tarde se tornaram conhecidos como o Modelo dos Cinco Grandes Fatores.

Esse modelo inclui 5 características marcantes da personalidade, que são descritas nas seguintes categorias: Extroversão, Amabilidade, Conscienciosidade, Neuroticismo ou Instabilidade Emocional e Abertura para Experiência. 

Uma ou outra característica se sobressai em cada um de nós, mas não se apresentam de forma isolada, podendo se combinarem entre si e em graus diferentes. Como seriam essas características? 

Explicando de forma simples e clara o “Big Five”:

1- Extroversão: 

Representa o grau que uma pessoa é sociável, enérgica e como externaliza para o mundo. Indivíduos extrovertidos geralmente se sentem energizados ao interagir com outras pessoas e tendem a buscar atividades sociais. São indivíduos naturalmente sociáveis e tendem a se envolver em conversas com estranhos, fazer novas amizades facilmente e participar constantemente de eventos sociais.

2- Amabilidade: 

Se refere à disposição de uma pessoa para ser agradável, cooperativa, compassiva e cuidadosa com os sentimentos dos outros. Indivíduos amáveis valorizam as relações interpessoais e tendem a agir de maneira empática e generosa. Essas pessoas têm a capacidade de compreender e compartilhar  os sentimentos dos outros, são sensíveis às emoções das pessoas ao seu redor e tendem a responder de forma compassiva às necessidade de quem está próximo ou que pedem a sua ajuda.

3- Conscienciosidade: 

Representa o grau em que uma pessoa é organizada em sua vida cotidiana. Responsável e orientada por metas. Indivíduos conscientes são confiantes e mostram uma forte força de vontade para alcançar seus objetivos. São pessoas obstinadas e objetivas. A responsabilidade é uma característica muito marcante e apresenta uma abordagem estruturada para planejar e executar tarefas.

4- Neuroticismo ou Instabilidade Emocional:

Se refere ao grau de estabilidade emocional que uma pessoa possui. Indivíduos com alta estabilidade emocional são mais capazes de lidar com o estresse e as adversidades da vida, mantendo um estado emocional equilibrado e calmo. Essas pessoas são capazes de manter a compostura e enfrentar desafios sem entrar em pânico ou ficar sobrecarregadas emocionalmente.

Por outro lado, aqueles com baixa estabilidade emocional ou alto neuroticismo são propensos a experimentar emoções negativas, como preocupações excessivas, medos irracionais, crises de ansiedade e episódios depressivos. São pessoas ansiosas com os eventos futuros e geralmente antecipam mentalmente o pior cenário; também não conseguem se desvencilhar de situações passadas, principalmente as que não foram agradáveis. Essas pessoas são frequentemente chamadas de “neuróticas”.

5- Abertura para Experiência:

Representa o grau em que uma pessoa está aberta a novas ideias, criatividade, imaginação e experiências diversas. Indivíduos abertos geralmente têm uma mente curiosa, desejam explorar o desconhecido e apreciam a diversidade em muitos aspectos da vida.

Essas pessoas são intelectualmente mais criativas e inovadoras; e tem forte desejo em explorar e aprender coisas novas e estão dispostas a se envolver em debates e a questionar o “status quo”. Questionam o estado atual das coisas, principalmente no que se diz respeito às normas, tradições, práticas ou sistemas pré-estabelecidos e gostam de desafiar a conformidade com o que é considerado “normal” pela sociedade ou “padrão” em busca de melhorias. Tem capacidade de pensar de maneira original e desenvolver novas soluções para diversos problemas. São pessoas que pensam “fora da caixa”. 

Explicar a diversidade da personalidade dos seres humanos por essas 5 categorias, pode não contemplar todos os estudos e teorias desenvolvidas até os dias de hoje. 

O autoconhecimento nos faz compreender como fluímos, mental e emocionalmente, nas características de nossa personalidade e nos ajuda a entender os caminhos para uma vida plena. Leia mais sobre autoconhecimento no artigo: 4 dimensões do autoconhecimento.

Em qual dessas 5 características de personalidade você mais se identificou? Que combinação entre elas tem mais a ver com você? Conte-nos aqui embaixo nos comentários.

Sempre é Tempo Agora! Se não agora… Quando?