O autoconhecimento e a gestão das emoções
Para falar de autoconhecimento quero te apresentar uma situação do cotidiano da maioria de nós.
Você abre o Instagram e aparece gente viajando, trocando de carro, mostrando pratos em restaurantes, festas, shows, churrascos, emprego novo, fazendo dancinha… É só alegria…
Ou aparece muitos conteúdos de gente que “sabe” como você vai ficar rico, como você resolve todo tipo de problema… ou no mercado em que você trabalha, parece que tem gente que consegue resultados com tanta facilidade e, para você parece ser tão difícil…
Aí, nesses momentos talvez você pense: por que não tenho os resultados que tanto quero?
Eu, batalho, batalho, me dedico tanto e quase nada acontece.
Parece que todo mundo consegue, só você que não. Sabe aquela história de que a grama do vizinho é “sempre” mais verde que a sua…
Antes das habilidades, a mentalidade
O passo mais importante para termos os resultados que tanto queremos, é olharmos para dentro de nós mesmos, é o autoconhecimento.
Muitas coisas que temos dentro de nós nos impedem de chegarmos onde desejamos.
Há a possibilidade da configuração mental que você tem hoje possa estar te impedindo de “vencer na vida”.
E por este motivo, de nada adianta fazer curso de produtividade, gestão do tempo, de inglês, da profissão do momento, nem nada relacionado a adquirir novas habilidades.
Partindo da premissa que não temos resultados diferentes se continuarmos fazendo da mesma forma, você pode estar se perguntando: como eu não consigo fazer diferente se, a tempos, já entendi que os meus resultados decepcionantes de hoje denunciam essa incapacidade?
Mesmo tendo essa consciência você se pega repetindo as mesmas coisas que não vão dar certo, que vão te levar aos mesmos resultados.
Observar como é o mecanismo da nossa mente, o fluxo, o processo que nos leva a ter as mesmas reações e os mesmos resultados e, entender, a partir daí, como começar a mudar essa condição, é muito importante. Essa observação é importantíssima no processo de autoconhecimento.
Mas isso está longe de ser fácil. É preciso ativar uma coragem, que já existe dentro de você, mas que essas mesmas crenças instaladas há muito tempo, te fazem acreditar ser impossível. Pode acreditar, a coragem está aí dentro!
Muitas vezes precisamos de ajuda profissional para isso, e é recomendável inclusive buscar essa ajuda. O autoconhecimento nem sempre é um processo fácil ou simples.
Essa configuração mental, esses paradigmas, muito da forma que vemos o mundo hoje, aprendemos com nossos pais, nossos avós, professores, parentes, amigos, com nossos problemas, com nossos bloqueios, nossos fracassos e sucessos, nossas alegrias, nossas tristezas…
A mente não trabalha sozinha, ela é acompanhada das emoções. E, por natureza, nossa mente tem a tendência de criar um mundo imaginário, muito mais amplo e muito mais influente em nossas vidas do que o mundo como ele realmente é. E esse mundo imaginário está bem distante do mundo que deveríamos lidar, o mundo real.
Investindo na profissão do marketing digital, eu passei a estudar o comportamento humano de uma maneira mais analítica. Trabalhando em pesquisas e na construção de entendimento sobre como resolver problemas das pessoas, comecei a adquirir a competência de identificar dificuldades, dores, objeções, emoções, desejos, aspirações e significados que influenciam as pessoas sobre determinado assunto.
Entender melhor as pessoas nos faz visualizar o quanto elas estão longe de se conhecerem, o quanto elas não enxergam a si mesmas como elas realmente são, o quanto elas vivem embasadas num mundo imaginário distante do mundo real.
E esse mundo imaginário é construído, não só pela própria pessoa, como também por pessoas que tiveram autoridade sobre elas, por crenças, por cultura, por traumas, por bloqueios emocionais, por episódios marcantes que vivenciaram.
Diante de todo esse entendimento, passei a me aprofundar em conhecimento sobre o ser humano e a exercitar esse olhar investigativo para dentro das pessoas, para compreender o comportamento delas, para identificar as verdadeiras fontes dos problemas, dos desejos, de como elas se relacionam com a própria vida e com a vida dos outros.
Depoimento – ato de coragem frente à mim mesmo
E aí comecei a enxergar muitas coisas na minha própria vida. Eu percebi o quanto entender sobre mim mesmo é tão importante para entender os outros. Comecei a investir firmemente no meu autoconhecimento.
Nesse momento eu percebi que estava absurdamente decepcionado com os meus resultados em várias áreas da minha própria vida. Confesso que foi um choque enfrentar isso de frente, de forma nua e crua, sem rodeios, sem desculpas, sem culpar ninguém.
Muitas coisas em minha vida aconteceram em ciclos repetitivos, onde não importava o que eu fazia, as consequências deles me levavam sempre os mesmos resultados.
Muitas vezes eu fui elogiado por coisas que eu realizei, mas também fui muito criticado, rotulado, julgado por meus fracassos.
Sabe quando você sempre reclama que as pessoas não te entendem? E aí você vai se tornando especialista nas desculpas e justificativas que você dá para si mesmo, para não sofrer tanto com isso, porque você já passou pela mesma situação repetidas vezes…
Foi aí que descobri, aos 51 anos, que tenho TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade). E depois disso, depois de me aprofundar sobre o assunto e buscar ajuda profissional (meu processo de autoconhecimento), muita coisa ficou clara para mim e eu passei a descobrir os caminhos que precisava tomar para me livrar dos ciclos repetitivos de resultados conhecidos. E digo que, para ficar claro, muita coisa decorreu muito além do TDAH, por vários fatores explicados mais acima.
Este artigo é para chamar a sua atenção que, sem você se autoconhecer, você não vai conseguir mudar coisas que gostaria de mudar em sua vida, entender o que te leva a ser o que você é hoje e porque você pensa o que pensa.
Quer começar a investir em você de verdade? Dedique-se ao seu autoconhecimento. Isso vai te proporcionar crescimento em autoimagem, autoconhecimento, autor responsabilidade e auto governo, tanto das suas ações, reações e emoções.
Se você quiser saber um pouco mais sobre TDAH você pode ver esses outros dois artigos: TDAH – alguns sintomas mais comuns e TDAH – comportamentos mais comuns (parte 2)
Autoconhecer-se é amar a si próprio
Se autoconhecer é um ato de amor com você mesmo.
A primeira pessoa que temos que amar somos nós mesmos, porque quando não nos amamos, vivemos nos auto sabotando.
Mas amar-se sem maturidade emocional é como uma criança que só faz o que gosta, que faz birra quando é contrariada, que se esconde e chora quando encontra algum problema desconhecido, se irrita, grita e até agride os outros. Nada contra as crianças fazerem isso, faz parte da imaturidade inerente a elas. Esse é o momento certo da vida pra isso.
O problema é quando nós adultos agimos assim diante de muitos momentos da nossa vida. Não achamos “feio” ver outros adultos fazendo isso? Nosso olhar de maturidade nos diz como são impróprio esses comportamentos em um adulto, não é?
Isso é um tanto engraçado quando paramos para observar como agimos diante de coisas diferentes e percebemos aflorar diferentes níveis de maturidade emocional em nós mesmos.
No mesmo dia, você pode encarar um problema no seu trabalho de forma muito madura e no seu relacionamento parece ter 5 anos, por conta da forma que você se perde emocionalmente quando tem que enfrentar esse tipo de situação.
Ou você fica super inseguro, parecendo um adolescente de 13 anos, quando precisa tomar alguma decisão importante sobre você, mas também consegue dar conselhos sábios como um ancião diante de problemas de outra pessoa . Só para ilustrar, porque conselhos sábios estão um tanto raros hoje em dia.
Não há como mudar isso se não for a partir do autoconhecimento.
Exercício para você praticar o autoconhecimento
Então vou te propor um exercício para você monitorar suas emoções diante das suas posturas, dos seus posicionamentos e das suas reações durante esses próximos dias:
Comece a observar suas reações diante dos acontecimentos e imagine qual seria a idade emocional que correspondem a elas. Tente classificar desta forma qual o nível de maturidade que você teve. Para o exercício ficar mais interessante, você pode escrever ou gravar para você mesmo o que aconteceu, o que você sentiu, quais emoções te provocou e qual foi sua ação, sua reação concreta. Veja seus registros no dia seguinte e também faça uma autoanálise ao final de uma semana. Repita isso por 3 meses e você vai se surpreender com seu amadurecimento.
Você visualiza o quanto esse exercício pode te trazer clareza sobre você mesmo? Isso é autoconhecimento.
Abaixo vou deixar uma caixa de comentários para você interagir comigo, se desejar. Comente quantos anos você acha que tem a sua maturidade emocional hoje, para enfrentar problemas difíceis e diante de decisões difíceis. Que tipo de problema é emocionalmente mais difícil para você?
Autor: Olavo Bertolini
“Sempre é Tempo Agora! Se não agora… Quando?”
Sobre o Autor
4 Comentários
[…] Você pode ver mais sobre autoconhecimento acessando este outro artigo: O autoconhecimento e a gestão das emoções […]
[…] aqui. Mas, mais importante que identificar qual “quadrado” nós pertencemos é buscarmos o autoconhecimento para identificarmos e entendermos nossa mentalidade, nossos valores, nossas limitações, quem […]
[…] diferentes uns dos outros. Algo muito importante a ser feito no combate à procrastinação é o autoconhecimento. É muito comum termos instalados em nossas mentes mecanismos ocultos de disparos de […]
[…] Apresentamos neste artigo os 10 transtornos de personalidade catalogados pela Associação Americana de Psiquiatria, com o objetivo de auxiliar quem se interessa em entender melhor o ser humano e busca se desenvolver como pessoa através do autoconhecimento. (Veja mais sobre autoconhecimento no artigo: O autoconhecimento e a gestão das emoções) […]